Jornal Arquitecturas: «Associação prepara base de dados para boas-práticas de reabilitação»
Reunir informação on-line sobre técnicas de obra em reabilitação urbana, promover o debate em torno de questões sobre o património e lançar as bases para uma Trienal de reabilitação em 2014. Estas são algumas das actividades previstas pela Associação Portuguesa para a Reabilitação Urbana e Protecção do Património (APRUPP), que chegou ao sector no primeiro semestre do ano.
«Acaba por ser interessante perceber de que forma é que a noite do Porto está a ajudar – ou não – à reabilitação da baixa portuense. E aqui temos que ter em conta os dois lados: o do proprietário do edifício e o do morador», começa por dizer Adriana Floret, presidente da Associação, sobre o tema da primeira tertúlia promovida pela entidade, no Porto, a 12 de Julho. Mês a mês, tertúlia a tertúlia, serão debatidos temas ligados à reabilitação e protecção do património urbano, numa discussão que se quer aberta ao público em geral.
Ao Jornal Arquitecturas, a especialista explica os objectivos que presidem à criação da associação: «a APRUPP surge no contexto da vontade de alguns técnicos da área em fazerem projectos colectivos, mais associativos. Verificámos que havia espaço para tal, mas não havia uma entidade nesta área». E, desta forma, foram dados os primeiros passos na constituição da associação. A escritura formal foi feita a 16 de Abril e, mais recentemente, foi apresentado o plano de actividades.
Além das tertúlias, que surgem como necessidade de estimular o debate em torno do património urbano, a associação tem planos mais ambiciosos. A entidade quer desenvolver uma base de dados on-line, com informação de boas-práticas e técnicas sobre como resolver problemas em obra de reabilitação. «Há pouca informação prática sobre reabilitação em português», lamenta Adriana Floret. À semelhança das tertúlias, a base de dados ficará também disponível ao público generalizado.
Mais a longo prazo, a APRUPP prevê a criação de uma Trienal de reabilitação urbana no Porto, em 2014, que se distinguirá como «o grande evento nacional da reabilitação». Questionada sobre a primazia que é dada à acção na região do Porto, Adriana Floret reconhece que é «uma tendência natural», já que os fundadores trabalham na cidade. Mas ressalva que «a associação é nacional e que chegar a todo o país».
Após o Verão, estão igualmente previstas formações de pendor mais técnico, ligadas à obra e que deverão ocorrer a partir de Setembro. Por outro lado, no seio da associação foi formado um grupo de trabalho que se concentra em questões legislativas. «Estamos, de momento, a estudar a nova lei de reabilitação urbana. Apesar de já ter sido concluído o prazo para submissão de pareceres, queremos dar uma opinião sobre a matéria», afirma a arquitecta.
Olhando para o mercado, a presidente da APRUPP não tem dúvidas da dinâmica trazida pelo mercado da reabilitação, «especialmente tendo em conta a actual situação económica». Actualmente com 50 sócios e uma direcção de cinco elementos, a entidade quer ainda promover as questões da reabilitação e protecção do património junto das escolas.
Jornal Arquitecturas, 25 de Julho de 2012 (link)